Entre o bem e o mal
Entre o bem e o mal vive a alma que guarda um corpo qualquer,
feito sol, raios e trovões, ora em brisa trazendo esperança,
segue na dança e nunca se cansa do eterno recomeçar.
Faz o dia e a noite, o sim e o não, conflito, busca e temperança,
um simples alarido e fora de si, apenas a história que pode contar.
É de fé, crença, tempo desprovido de medos, alcovas, sentenças,
o riso solto ao vento movendo o cabelo que parece querer voar,
sobre a cabeça um despertar, a face do bem que não sabe esperar,
alcançando o lúdico no jogo que não sabe, o mal saltando no abismo
que traz no peito sem saber ao certo que destino terá.
E segue, na dança que permite ao erro superar,
novos passos, novos ritmos na mesma melodia que se faz escutar,
ao som do novo, vem o velho abraçado às raízes que não pôde deixar,
entrega-se na coragem dos que sabem que no todo tem seu lugar,
mesmo negando o fim, abraça o início que a todos vem encontrar.
Dança maltrapilho, conflitante mutante vestindo o bem e o mal,
sabe-se relativo, dança no tom que tanto se fez ensaiar,
tudo supera, nada espera a não ser o ser que talvez um dia será,
Oxalá pudesse voltar e refazer-se nesse eterno bailar, criaria novos passos,
para novos corpos, quem sabe, poder junto a si abraçar.
Que siga o tempo! Siga o vento, a juventude que há de lembrar,
continua enraizada a velha árvore na terra que ajudou a cuidar,
entre bons e maus atos que sua alma assinou, ficam eternas palavras soltas
que sua boca pronunciou, e viverá seu conflito até o último suspiro,
entre o bem e o mal, pois para toda alma essa certeza haverá de restar.
25/02/2007