A lacuna dos meus sonhos.
Necessito saber de imediato, o que devo eu escrever
nestas linhas sem suporte, de modo a não ser visível
que definho sempre que ponho-me em memória de você.
E não tem o papel culpa alguma, pois ele está sobre as mãos
e não esboça nem um riso, a menos que eu arrisque contorna-lo.
Mas você, que agora não está sobre as mãos, esboça fardos de
um sorriso que não se ousa saber as mãos de quem o contorna.
*
Então, sou agora obrigado a cair para esta linha, ainda sem suporte,
porém, nem mesmo a liberdade poética pode compreender tal profundidade:
deixei na oitava linha um espaço onde há de caber o seu nome.
Sei que pareço, por isso, um estúpido com canetas esferográficas.
Mas assim, posso forçar-te a voltar mais vezes.