A lacuna dos meus sonhos.

Necessito saber de imediato, o que devo eu escrever

nestas linhas sem suporte, de modo a não ser visível

que definho sempre que ponho-me em memória de você.

E não tem o papel culpa alguma, pois ele está sobre as mãos

e não esboça nem um riso, a menos que eu arrisque contorna-lo.

Mas você, que agora não está sobre as mãos, esboça fardos de

um sorriso que não se ousa saber as mãos de quem o contorna.

*

Então, sou agora obrigado a cair para esta linha, ainda sem suporte,

porém, nem mesmo a liberdade poética pode compreender tal profundidade:

deixei na oitava linha um espaço onde há de caber o seu nome.

Sei que pareço, por isso, um estúpido com canetas esferográficas.

Mas assim, posso forçar-te a voltar mais vezes.

Felipe Conti
Enviado por Felipe Conti em 11/08/2014
Código do texto: T4918387
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