DO OUTRO LADO DA RUA
Ela apenas passava
do outro lado da rua
e eu como sempre fui
estava no mundo da lua;
algo levou meu olhar
a cruzar avenida
e com apenas um gesto
deixa-la invadir minha vida;
hoje eu nem me lembro
pra onde estava indo
agora ja não importava
pois mudei o meu destino;
daquele momento recordo
apenas daquele rosto
e por um longo momento
olhar-lo a mim foi imposto;
e ali eu parei no tempo
e a terra parou comigo
e nada mais eu veria
enquanto me desse abrigo;
e por dias, semanas, meses
aquele rosto permanecia
gravado na minha mente
que sem ela desvanecia;
e aquela figura eu queria
gravar em algum lugar
tinha medo de perde-la
da memória a vacilar;
mas algo aconteceria
que mudaria a minha vida
pois eu a veria agora
do mesmo lado da avenida
e aquele rosto brilhante
como um cristal lapidado
mais um vez deixou
meu coração emocionado;
por um momento parei
congelado observando
o amor da minha vida
por mim estava passando;
eu não poderia deixa-la
ir embora outra vez
e sumir da minha vida
como um dia ela fez;
e igual a um relâmpago
alcancei a sua mão
e disse essas palavras
que chamou sua atenção:
pode dizer seu nome
a um mero estranho
que te parece um maluco
mas te tem amor tamanho?
que se sonha é por ti
e não quer acordar,
a alvorada é um castigo
por não poder mais te olhar,
que precisa ver-te mais,
ao menos o nome saber
para batizar a figura
que faz parte do seu ser;
E ela disse...
Cristina é o meu nome
e não pude me conter
por tão belas palavras
que se põe a me dizer;
e se essas palavras
não foram ditas em vão
te darei agora a chance
de ganhar meu coração;
e naquele momento
começou a existir
o mais belo sentimento
de todos que possam vir;
e quando ando na rua
não olho mais pr'outro lado
pois ela já está comigo
e eu sou o seu amado.