NO MEU SILÊNCIO

Fecho meus olhos na tentativa de rever-te...

O sono não vem.

Queria sonhar com você num sono da noite,

tão menos irreal.

Sinto um vento leve a percorrer todo o meu rosto,

meu coração passa a bater mais acelerado...

Não quero abrir meus olhos.

Temo que este sonho se finde.

Sinto, de repente,

teus lábios tocarem os meus,

o teu sussurro ao meu ouvido,

fazendo acelerar minha respiração...

Ah!

Você me provoca até mesmo distante!

Mas não vou abrir meus olhos;

não quero decepcionar-me

ao constatar que tudo não passa de minha imaginação.

Interessante... Parece tão real!

Chego a sentir o teu perfume.

Ouço o telefone tocar,

não posso sair daqui,

não quero dispersar-me!

Irritam-me os toques insistentes!

Quem será que ousa atrapalhar este meu devaneio?

...

Tudo silencia-se novamente.

Somente eu continuo a ouvir tua voz...

Tua mão... Sinto-a acariciar-me.

Estará você aqui?

...

Devagar abro os olhos,

e constato

que tudo não passava mesmo

de uma quimera.

Deliciosa,

porém, quimera.

Vou até a sala.

No caminho,

paro frente ao telefone.

Verifico o IDC

Não... Não pode ser!

Grito de raiva!

Não acredito!!!

Era você!

...

Silencio.

Já não quero mais sonhar!

Amar fere demais quando não se pode ter!

De que adianta

querer,

sentir,

ver,

se não se pode tocar,

se não se pode viver plenamente esse amor?