Ardente
Se eu pudesse dar o brilho do sol
nas noites escuras,
a lua ficaria humilhada,
você seria desnudada,
todos os reflexos passariam de suas mãos
as minhas, meio ocupadas
tentando encobrir seus seios
encabulados pelo calor, tão repentino.
E o sol menino,
nascido a pouco,
objetivamente louco,
transitório em você,
ruborizando-a toda vez
que...
em pequeno espaço nossos olhos se vissem
retidos mais no toque que fez
de mim, de você,
parte daquele brilho
pudesse eu faze-lo,
repeti-lo em seu rosto,
caído em seu ombro,
escondido a sombra do seu cabelo.
Ah, se eu pudesse
brilhar pela noite,
mesmo tendo a distância
e sem querer falo de coisas
impossíveis, inexistentes
para mim, na noite
sem brilho, sem você.