O MEU EU SOMBRIO

No amanhecer de um novo dia me visto da capa da ternura, da máscara da fidelidade, calço os sapatos da bondade e finjo ser quem não sou, me torno o seu eu, mas não o meu.

Minha sombra é iluminada por uma luz falsa, passageira e egocêntrica, me amordaço nos padrões que você anseia e não liberto o meu lado negro.

Me enclausuro em labirintos de mentiras só pra te agradar, só pra te ver sorrir, sé pra poder te amar e mesmo assim me sinto seco, um algoz da minha alma.

Os ponteiros do relógio giram, giram e nada muda, apenas passam-se os momentos, mas não me liberto de você que me aprisiona no calabouço do seu coração e me fere a cada dia com sua falta de expressão.

Liberta-me-ei de ti, serei tão somente eu, o meu eu sombrio, o meu eu verdadeiro, o meu eu egoísta e o meu eu vestido de devaneio.

Seu tempo acabou, agora sou eu, mais eu, somente eu.

JAIRO SANTTOS
Enviado por JAIRO SANTTOS em 07/08/2014
Reeditado em 07/08/2014
Código do texto: T4913731
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