Improbidade
Quero ir contra o decoro,
proferir meus palavrões diletos,
tê-los no peito
em alguns versos
pelas paredes
em preto, contra o branco,
o oposto sociológico
sem lógica,
apenas, unicamente conceitos.
Quero ir contra as pautas,
matérias pagas
a favor das mesmas putas
rodopiando saias,
e que não me saias por aí
prendendo-as contra as coxas
antes que o vento faça
o que tanto faço.
Quero letras nas algazarras,
berros, farras,
daquelas crianças privadas
nas latrinas impostas.
Quero pão feito de pão
sem também, aquela mão
estrangeira, pouco,
bem pouco alvissareira
na mesa, no armário, no bucho.
Quero ainda em algum féretro
com muito orgulho,
muito barulho
decantar merecidamente aquele,
aquele cravo murcho.