FILOSOFANÇA

Nas inconstâncias do meu remoer

Atrevo-me, inovo, reformo, apago?

No desejo do meu saber... Cresço?

Neste vigor me aprimoro

Amadureço, fustigo e esclareço

Nos ares em migalhas que se entorpecem

Ponho-me e dedilho nos fragmentos, penso:

Oh, doce é o teu olhar amargo,

Que me lança ao fulgor dos teus lábios

Que me acalenta a rijeza do teu ser

Que me envolve de prantos em bisonhos prados

Oh, doce inércia de textura em neve

Que outrora me apeteceu, aparece

Retira em mim a toada melódica

Da clausura das noites coloquiais

Evoca-te: olhar de menino, boca rebelde

Instiga o sumo que borbulha, me aquece

Revela-te em sonho, saia, repito: aparece!