Meu grito interior
Quero música em redenção aos que sentiram a derrota. Quero alvorada ao beijo derradeiro, ao julgamento por detrás da porta,
entre as paredes e as farpas da punição.
Quero a imagem do primeiro,
o momento único gravado,
onde o tempo se fez reduto
de tudo quanto da vida tive.
Quero sinfonia de chuva fina,
pedaço de vida, todo de menina,
sorrateiro instante, queda insegura,
à beira da fonte
a vida se mistura.
Quero som ao fundo, de guizos,
em lágrimas ver sorrisos,
em repúdio ver abraços.
Quero franjas de cabelos ao vento,
liberdade de crença e pensamento,
na ação voluntária contra o jugo.
Quero romper barreiras impostas,
minhas próprias fendas radicais,
ser gente, ser então vida,
como nunca tentei jamais;
quero música em redenção...
alvorada aos que ficaram de pé
à beira da fonte, em meio a derrota;
imitação de vida, por detrás daquela porta.