Nordestino desconjuntado
Não sou homem de muitas palavras.
Formado por dois cromossomos nordestinos, a abraços e beijos tenho travas.
Tenho como instrumento de correção.
Não palavras, mas a vara, que trago nos lombos, do sertão.
Mudou o mundo, e a criação.
Modelos de vida, hoje são enfiados nos jovens pelas redes de comunicação
Porém, eu continuo assim.
Carrancudo, sisudo e de meias palavras, mas com o perfume do jasmim
Eu não sabia que tal qualidade havia em mim.
Foi minha filha que extraiu o perfume deste marfim
Quando tento alinha-lá com uma dura correção.
Ela me fita com seus olhos negros e amêndoados e encanta-me o coração
Eu não digo: eu te amo,
Mas a profundidade do seu olhar é tão grande, que ela sabe, que eu a amo.
E eu sei, que ela sabe, que a amo,
E ela sabe, que eu sei, que ela me ama.
Assim, ficou tudo mundo amado.
E o nordestino, que era duro, ficou desconjuntado.
P/ Gabi minha filha
(Gilmar Queiroz)