O MISTÉRIO DO TREM DO AMOR

Eis que no último vagão dormia o Detetive Poeta,

estava tirando férias da investigação da máfia das estrofes e frases

que ocultam os sentimentos no interior da alma humana.

Sentia o cansaço natural de investigar no poço mais profundo dos homens,

o ser ou não ser com seus amores e desabores.

No primeiro vagão,

Poesia Lírica e seu marido Poema Apaixonado

levavam seu filho Soneto Petrarquiano num passeio

pelo Reino dos Versos Decassílabos

para ensinar a ele a métrica poética,

pois estava com baixas notas em matemática.

Quando subitamente Soneto Petrarquiano

por estar irregular simplesmente desapareceu,

e em vão todos procuraram por todo o trem.

Chamado foi o Detetive Poeta

que após investigar o acréscimo de alguns versos

elucidou o mistério.

Soneto Petrarquiano se sentia aprisionado

por estar dividido entre quartetos e tercetos,

estava em busca da mais perfeita poesia prosaica,

acrescentou frases e desmembrou-se para virar declarações de amor,

enaltecendo o dialogo dos amantes

para tornar a vida uma grande prosa poética.

Sezar Kosta
Enviado por Sezar Kosta em 03/08/2014
Código do texto: T4907629
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