Eu te pergunto, alma acanhada,
Queres saber o segredo da estrada?
O teu sim te dará meu braço,
O arco, o desenho, todo compasso,
De viver em toda pedra o ritual do abraço.
Não, nem penses que te aponto mar de rosas,
Nosso sangue é rubro, rastro de rubi...
Não haja cansaço que nos leve embora
Do pedaço de mundo que sonhei e vi.
Ficar lado a lado, santa missa de irmãos...
Varrer a estrada invisível, mão e contramão...
Herdeiros do possível amor que nos une
Fiéis ao dogma bendito do coração.
Eu te pergunto, alma encantada:
Queres ser partida e chegada?
O teu sim ara a terra, lança semente,
Dança mãe, golpe de enxada.
Minha pastora de sonhos,
Apascenta esse amor que é dádiva...
Não tema, seja comigo...
A própria essência da estrada.