CACHOS E CACHOS... AH! MENINA!

CACHOS E CACHOS... AH! MENINA!

Quantos cachos de acácias graciosas

caem de seus ombros a me embevecer!

Menina seus cachos a fazem tão formosa

que um dia termino de me convencer,

que o doce que emana de sua voz melosa

é o doce mais doce que na vida hei de ter.

Suspiro ao vê-la tão delicada ao longe

que a minha volta hão de me ouvir respirar.

Seus cachos de acácias caindo em balanços,

os suspiros vão fazendo dentro de mim brotar.

Seu sorriso meigo é que me trás esperança

de um dia entre seus cachos eu me deleitar.

E ainda que eu seja por você, ludibriado

pois me encanta e seduz, sem me querer;

continuo a ser este seu humilde criado

que te ama e a quer, talvez sem merecer,

esperando ser um dia o ser do seu agrado

que a fará feliz e lhe dará muito prazer.

Em você repousa a minha esperança

mesmo com a puberdade a lhe florescer.

Moça de corpo, alma e frescor da infância,

na criança que renasce em seu jeito de ser.

Sabedoria e inocência entre suas tranças,

ou mesmo em seus cachos a me embeber.

No pa-ra-ra-ti-bum desta vida irrequieta

noto que todo mundo para pra te ver.

Se passa na rua parece até que é festa,

ou os homens estarão a enlouquecer?

Porque param e olham e se esquecem,

no meio da rua, o que pode lhes acontecer.

Embora eu os critique quando fazem isto,

eu também me pego a te aborrecer,

fazendo o seu pobre ouvido de penico,

escrevendo meus versos para você os ler.

Porque só assim que eu me sinto vivo,

sem os seus louros cachos a me pertencer.

Nilma Rosa Lima
Enviado por Nilma Rosa Lima em 30/07/2014
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