CACHOS E CACHOS... AH! MENINA!
CACHOS E CACHOS... AH! MENINA!
Quantos cachos de acácias graciosas
caem de seus ombros a me embevecer!
Menina seus cachos a fazem tão formosa
que um dia termino de me convencer,
que o doce que emana de sua voz melosa
é o doce mais doce que na vida hei de ter.
Suspiro ao vê-la tão delicada ao longe
que a minha volta hão de me ouvir respirar.
Seus cachos de acácias caindo em balanços,
os suspiros vão fazendo dentro de mim brotar.
Seu sorriso meigo é que me trás esperança
de um dia entre seus cachos eu me deleitar.
E ainda que eu seja por você, ludibriado
pois me encanta e seduz, sem me querer;
continuo a ser este seu humilde criado
que te ama e a quer, talvez sem merecer,
esperando ser um dia o ser do seu agrado
que a fará feliz e lhe dará muito prazer.
Em você repousa a minha esperança
mesmo com a puberdade a lhe florescer.
Moça de corpo, alma e frescor da infância,
na criança que renasce em seu jeito de ser.
Sabedoria e inocência entre suas tranças,
ou mesmo em seus cachos a me embeber.
No pa-ra-ra-ti-bum desta vida irrequieta
noto que todo mundo para pra te ver.
Se passa na rua parece até que é festa,
ou os homens estarão a enlouquecer?
Porque param e olham e se esquecem,
no meio da rua, o que pode lhes acontecer.
Embora eu os critique quando fazem isto,
eu também me pego a te aborrecer,
fazendo o seu pobre ouvido de penico,
escrevendo meus versos para você os ler.
Porque só assim que eu me sinto vivo,
sem os seus louros cachos a me pertencer.