Quando o amor inexiste, os sonhos acabam
A noite chega, o instinto natural se assusta
leva o conforto dos maturos pensamentos
a se sentirem distantes dos sonhos da vida.
O corpo cansado, se estira, pouco à vontade
na cama, adormece, nem nota os olhos se fecharem
trai a mente, se cala, as fantasias se abrem
os sonhos penetram, voam, cabeça viaja.
Pensamentos infundados
trabalham acanhados
os olhos desviam do foco
o espelho aberto à sua frente
sente um vazio no coração.
A noite não pode fazer muito pela vida
a não ser implantar dentro da cabeça
uma saudade cumprida com gosto particular.
O coração pode até reagir
pensar no absurdo de uma dor
ligado ao sofrimento romântico
encravado, na quimera, do amor esquecido.
Calados, os sonhos se dilatam
viajam à procura de sabedoria
empacam na alegria presente do amor
distorcem os meios carregados de vida
pedem, como se inocentes fossem, um pouco de esperteza.
Cada momento vivido nos meios das fantasias
os sonhos são disputados, precisam ser diferentes
para poder abrir caminhos especiais, desejados
e o amor, não se torne, presença difícil no coração.
Quando o amor inexiste, os sonhos acabam.