Desiludidos
Estamos em momentos distintos
Perdidos em nossos exclusivos labirintos
Com dores e fantasmas particulares
Sem tempo para preliminares.
Querendo Amar como quem tem sede
Atrás da isca ignorando os perigos da rede
Necessitando Amar para saciar sua fome
Para preencher o vazio que os consome.
Desacreditados de príncipes e princesas encantadas
Despidos de tantas ideologias e fantasias descartadas
Sem sonhar com asas, nem mesmo as coladas com cera
Enojados pelo romantismo rasgado, quanta besteira!
Mendigando afeto, catando migalhas de carinhos
Colhendo rosas mortas se cortando nos espinhos
Lambendo gotas que restaram de paixões amanhecidas
Desesperados atrás de fugazes emoções esquecidas.
Tentando preencher suas inúmeras carências
Abrindo mão de seus sonhos e preferências
Tudo para exorcizarem a dolorosa solidão
E levantarem, mesmo por um instante, os pés do chão.