PRIMAZIA DO DESTINO
Sou uma pessoa que se entregou,
amou, e na voragem de uma
durável ilusão se ouve ainda
minha voz dizendo na amplidão:
não deixe o nosso amor morrer.
Nada mais sei, se você
ainda é a mesma ou
se já me esqueceu,
não sei a quem perguntar,
onde procurar, desejo
tanto noites de paz!
E nessa paz, como anestesiado,
acomodo-me na escuridão
unicamente, pra poder sentí-la
uma vez mais,
quando nos deleites dos enganosos abraços.
E assim, desfaleço no torpor da noite,
com a sensação de um sentimento
somente meu, ainda que nos
agitados e confusos momentos,
onde vivo enganado com
falsas miragens
que acabam despertando-me enlouquecido,
e com a certeza que sempre
serei sozinho,
você nunca me amou,
uma realidade e primazia do destino.