E à Lua Falou

E então,

A lua ricocheteou

Feito fogos de São João,

Quicou

De nuvem em nuvem,

E entre as estrelas

Brincou como criança

E enfim,

Viu-se espelhada

Pela imensidão!

- Hoje estou cheia

Esplendorosa, mensurada,

Pois sou a dona das marés,

Das semeaduras,

De transformar a noite

Em quase dia, poesia?

Quem sabe!

- Em algumas letras

Tenho o meu próprio quarto,

Posso ser a testemunha ocular

Do pecado, do pecar

Sem o dito pecado,

Junta as cortinas

Sou a dona da brisa,

Sem ela não há balé

De tecidos e corpos!

- Pelo poeta

Sou descrita, escrita,

Sou o alvo para o sentimento,

Ora solitude, ora plenitude,

Regras ou leis não existem,

Todavia, o olhar

Em lágrimas,

De admiração,

De encantamento,

Do beijo de amor

É meu verdadeiro dono,

Sou de todo céu, de enamorar!

28/07/2014

Porto Alegre - RS