Inverno de Amor

Chega o inverno, a chuva dando sua graça,

As flores caindo, plainando livres, em tons.

Pálidos que um dia foi colorido de vida.

Chega o inverno em meu corpo de maresia

Sulcos riscados na pele são estilhaços,

Cortes e marcas de sal das praias rasas.

Inverno amigo, época em que recolho.

Minhas mantas agasalhando a alma,

Aquecendo a velha poesia guardada

Do tempo de criança e olhos de anjo

Velho amigo, inverno, onde o vinho.

Aquece o tilintar da face

Fugindo dos cristais de gelo

Sem nenhum vestígio de medo.

Onde o sêmen vespertino torna-se brinquedo

De menino em determinados planos,

Onde o beijo instila o doce beijo eufônico.