O tempo parecia disposto
O tempo parecia disposto
a ajudar a minha cabeça
a esquecer para sempre
a vida provada no passado.
A minha mente se sentia cansada
e cada momento daquele lembrado
mostrava a saudade, pequena, desprovida
imensamente retirada, ardida, fugitiva.
Os olhos num ritmo de festa se espalhavam
colocavam em ordem o tempo perdido
e, em cumplicidade com os pensamentos
libertavam do sono, os sonhos anárquicos.
Ofendidos pela natureza imposta à vida
compreenderam o fato da existência da solidão
como fonte inspiradora da nociva desilusão
fixada no instinto da ousada sabedoria
ao peso do maduro estado aparente do infinito
tudo era sentimento procurado ser passado
esquecido, desmotivado, torturante, excessivo.
Ao longe dos holofotes dos beijos ardentes
o coração sustentava, um facho, pela ausência de sentimento
alimentava suas fantasias, via-se plenamente satisfeito
encantado, pousava, como liberto, dos sonhos românticos.
O coração ainda vibrava, pela presença do tempo
mesmo sabendo que desistira do amor para sempre
os olhos sorriam e pleno, se davam por satisfeitos
no desencontro do passado dentro da sua cabeça.