Confissão silenciosa
Sandra M. Julio
No vazio do horizonte,
Perdido atrás nos olhos do infinito
Teci caminhos na ânsia de um encontro.
Desde o prenuncio dos tempos,
Sempre estive a espreitar-te...
Como alma gêmea na busca incessante
Da parceira amada .
Nesse encontro, entreguei-me ao teu amor...
Percorremos vidas encurtando distâncias.
Alcancei teus olhos no arco-íris de mim,
Cantei cores na voz do tempo...
Adornei sonhos embalando estrelas,
Vesti-me em aromas da felicidade...
E encontrei-me no espelho do teu olhar,
Perdida em versos, nos lábios da paz.
Abracei descuidada o tempo...
Que correu desvairado levando-me de ti.
Fez-se o silêncio...
Na moldura da solidão concebo versos...
Germinados na imaginação que respira tua falta
em cada inequívoco amanhecer.
Creio, que num adejar tênue encontrar-te-ei.
Não importa o tempo, posto que é relativo.
Não importa qual vida, posto que a alma é una.
Importa sim o amor... chama eterna...
A desnudar num murmúrio, a confissão silenciosa,
Da saudade que sinto de ti.
Sandra
20/04/04