Quando falas...
Quando me falas
sobre estrelas e rios,
sobre rosas e luar,
é como se todo o vazio
pudesse, de repente,
preencher o poente
e iluminar...
iluminar em ondas de luz
o peito alado da noite
e volver os alentos que as fontes
dão ao coração
para que os jardins
sempre voltem.
Quando falas
como resíduos de
espumas vagas
que a noite trouxe do céu,
é como se o dia cantasse
a partida da agonia,
e para sempre levasse
as cinzas do que se esqueceu.
Despertam-me, tuas falas,
abrem portas...
São como píncaros libertos:
adornam a imensidão,
orientam o rumo certo.
Quando falas,
o sonho me diz às pupilas
que até um anjo alvorescente
em tuas falas se ilumina.
(Direitos autorais reservados - Lei 9.610 de 19.02.98)