Quando falas...

Quando me falas

sobre estrelas e rios,

sobre rosas e luar,

é como se todo o vazio

pudesse, de repente,

preencher o poente

e iluminar...

iluminar em ondas de luz

o peito alado da noite

e volver os alentos que as fontes

dão ao coração

para que os jardins

sempre voltem.

Quando falas

como resíduos de

espumas vagas

que a noite trouxe do céu,

é como se o dia cantasse

a partida da agonia,

e para sempre levasse

as cinzas do que se esqueceu.

Despertam-me, tuas falas,

abrem portas...

São como píncaros libertos:

adornam a imensidão,

orientam o rumo certo.

Quando falas,

o sonho me diz às pupilas

que até um anjo alvorescente

em tuas falas se ilumina.

(Direitos autorais reservados - Lei 9.610 de 19.02.98)

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 16/05/2007
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T489575
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