Dádiva.

Dias a fio. Rasga-se o tempo implacável.

Não tanto capaz de arrancar do meu peito o sentimento a que se inclina minha alma.

O amor incondicional. Que deixa-me a mercê de ti, débil a desvelar-me.

E mesmo que o dia não amanheça eu hei de te amar;

Mesmo que o medo queira assolar minha alma, eu hei de te amar;

Mesmo que a escuridão assole o mais estonteante crepúsculo eu hei de te amar;

Por mais que os meus olhos não fitem mais o alvorecer...

Por mais que os meus ouvidos não contemplassem um singelo tilintar...

Mesmo que os meus lábios se calassem e meus dedos não mais te tocassem...

Ainda assim eu hei de te amar. És fulgor, pueril, sacro, amado meu.

Teu olor impregna meu corpo. Banha minha tez com seu sublime paladar.

E no acalanto do teu peito é onde me perco criança,

Desabrocho da inocência de menina,

E desperto a libido de mulher.

Ebony
Enviado por Ebony em 16/05/2007
Código do texto: T489570