VIAGEM PARA O NADA

Sempre foi assim, nos primeiros acordes do prelúdio

de um novo dia lá vou eu tocando o barco

para frente sem rumo definido, acompanhado de

muitas coisas que não gosto recordar...

Não gosto de recordar os sorrisos do início da

viagem, as promessas de um amor eterno

incluindo a demonstração das

enganosas asas de querubins...

Só depois de algum tempo foi que

descobri o nome que foi dado a

embarcação em que me encontrava,

dissimulação era o seu nome.

Mesmo assim, tentei conduzi-lo para um porto

chamado felicidade, mas foi rejeitado e por

injunções acabaram tomando rumo nevoento

com direção para o nada...

Convivi com a ordem dos desdéns enfrentando

vendavais de profundos ultrajes e ataques, só por que

tentei construir o bem, mas tomaram-me por

vinho filante medindo-me apenas pelo rótulo...

Perdoei suas nicas, entendi que nem

todos tem o que oferecer a não ser as costumeiras

baldas e ideias mórbidas, felizmente me vi livre

se suas espadas em bainhas prontas para ferir,

com esperança vou tentar viver novamente...

Wil
Enviado por Wil em 24/07/2014
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