AQUARELA
Se em todo amor,
Há tanta dor,
(A dor é a saudade que a alma
Não confessa...)
Serei eu possessiva ou ciumenta?
Paira sobre mim,
A vontade da tua presença
Ou pensarei, sem fé,
Que tu não sentes no espaço
Aberto em teus braços,
Também a falta do aconchego.
(A dor é a vontade
Que a alma mal expressa...)
Estarei preparada para tal sofrer?
Se em tanto amor
Arde o fogo e em dor
Há o espaço aberto em meu ser,
Aquele em meu coração
Que a ti cabe preencher.
Sou moldada do barro e da pedra,
Entrevejo o que escapa de mim:
Sou tão frágil no ato da entrega,
Quero o azul, quero o rosa e o carmim!