INSENSÍVEL SAUDADE
De súbito me surpreendi observando o meu olhar
e concluí que ele encontrava-se perdido, pois
fixava-se não sei bem no que, quiçá a procura de
algo que imaginei ser um fantasma...
Mas não foi só o olhar que se encontrava
perdido, perdido e meio estavam meus
pensamentos que caprichosamente se
confundiam e acabavam adormecidos no abstrato.
Os meus passos também desordenados
conduziam-me para lugares aleatórios
e quem me via, entendia que eu respirava
o domínio do implacável poder do narcótico...
Não sei se estou errado, mas creio que
está faltando alguma coisa em mim,
alguma coisa que minha alma acostumou ver,
e que por um passe de mágica sumiu...
A confusão é geral que não sei bem como definir,
talvez seja a falta de um simples beijo, ou um abraço
sem qualquer pretensão, sei que ao despertar em
cada alvorada saio para enfrentar todos os meus acasos.
Com tantas veredas no mundo fui escolher um
que acabou levando-me ao confinamento do nada
onde reside a nostalgia, parente por
afinidade da insensível saudade...