INSENSÍVEL SAUDADE

De súbito me surpreendi observando o meu olhar

e concluí que ele encontrava-se perdido, pois

fixava-se não sei bem no que, quiçá a procura de

algo que imaginei ser um fantasma...

Mas não foi só o olhar que se encontrava

perdido, perdido e meio estavam meus

pensamentos que caprichosamente se

confundiam e acabavam adormecidos no abstrato.

Os meus passos também desordenados

conduziam-me para lugares aleatórios

e quem me via, entendia que eu respirava

o domínio do implacável poder do narcótico...

Não sei se estou errado, mas creio que

está faltando alguma coisa em mim,

alguma coisa que minha alma acostumou ver,

e que por um passe de mágica sumiu...

A confusão é geral que não sei bem como definir,

talvez seja a falta de um simples beijo, ou um abraço

sem qualquer pretensão, sei que ao despertar em

cada alvorada saio para enfrentar todos os meus acasos.

Com tantas veredas no mundo fui escolher um

que acabou levando-me ao confinamento do nada

onde reside a nostalgia, parente por

afinidade da insensível saudade...

Wil
Enviado por Wil em 23/07/2014
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