Desabafando

.:.

Tenho desabafado em versos.

Que sentem teu intocável corpo;

que desejam o insondável beijo;

que buscam para além da ilusão.

Cada letra está grafada com sangue...

Tem gosto azul – nobreza do meu sentimento;

sangra também em vermelho, guerra interior;

e dos tons de cinza, busco a esperança do azul.

Tenho sentido, na alma, que o amor transcende.

Que se acende dentro de nós, desesperadamente;

que busca subterfúgio nos refúgios fugidios;

que se exaspera quando sai do corpo, virando explosão.

Cada busca se torna viagem da imaginação.

Tenho ido até você – sente minha presença?

Sou aquela impressão que te assusta à noitinha;

aquele toque que arrepia teu inconsciente.

Tenho andado a ermo e vagueio pelas ruas, sozinho.

Querendo tatear tua presença, sob a luz da Lua;

querendo a incorporação da brisa em tez ardente...

querendo, quanta desilusão, tua companhia.

A noite está tão linda e convidativa, venha!

Não sabia, mas as borboletas voam noite adentro.

Batem asas, brincam ao sabor da brisa...

Cerrada ventania vem surgindo, que tormento!

Tenho desabafado em versos, sintagmas de emoção.

Que ressignificam a essência da angústia;

que asseveram o quão tortuosa é a espera renitente;

que mitigam a vontade de partir, em nome do amor.

Crato-CE, 22 de julho de 2014.

10h38min

.:.

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 22/07/2014
Código do texto: T4891699
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.