Poema 0443 - Amor amante
Existem luzes a construir caminhos no meu corpo,
cada dia um novo sabor vem à boca,
sinto que meus pensamentos voam até outro,
então me sinto responsável pelas nossas loucuras,
são sonhos que estavam parados no meio da vida.
Quero mãos delicadas tocando meu coração,
a respiração ofegante no mesmo compasso,
como sombra na noite, me escondo em você,
a madrugada vem lenta apontando depois da lua,
de uma fresta um pequeno brilho cai sobre a cama.
Não contaremos velhos sonhos, faremos novos,
inventaremos novas fantasias, todos impuras demais,
daremos-nos ao luxo de ficarmos mais depois do amor,
dizendo palavras que não têm sentido, juntos os corpos,
bem perto, eu e você colados no calor do prazer.
Abro minha vida como se a ofertasse em um altar,
sou o mesmo romântico, ainda escravo do amor,
preciso dos passos ressonando na mesma calçada,
um pequeno pedaço de caminho à nossa frente,
a alma transformada como se nada houvesse antes.
Agarro o corpo e seu amor com força de amante,
louco como se viajasse no rabo de um cometa,
espalharei um brilho prateado entre os corpos,
vedarei os poros com paixão, separando os medos,
voltaremos anos até à adolescência ou antes, muito antes.
Deixo as cores que a paixão tingiu o peito por dentro,
os sonhos que eram grandes demais, hoje realidade,
a noite que sozinho ansiava por um amanhecer qualquer,
a madrugada que não fiz amor e as fantasias prometidas,
deixo pra você ''eu amante'', meu amor amante só seu.
09/09/2005