Dias Nublados

Dias nublados vivem na fronteira, entre o sol e a chuva

No limite entre a mão desnuda e a com luva

Entre o inebriante vinho e a inocente uva.

Dias nublados se equilibram em cima do muro

No limbo indeciso entre o claro e o escuro

No hiato do fruto, algo no meio do verde e do maduro.

Dias nublados param o tempo ante a bifurcação

Seguram os ponteiros e sentam-se inertes no chão

Se perdem entre a dura realidade e a fuga da ilusão.

Em dias nublados o vento sorrateiramente desaparece

Aquela necessária mudança lentamente arrefece

Toda música parece soar como lamento de uma prece.

Sem você, minha Estrela e meu sol, todos meus dias são nublados

Passam como folhas de um velho calendário, ao lixo destinados

Inócuos, inexpressivos, irrelevante, facilmente esquecidos e descartados.

Venha, traga a chuva, inunde-me com sua tempestade

Encha meu céu com seus raios e trovões, faça um alarde

Venha por inteiro, disposta a mudar minha realidade.

Venha, queime-me com seu sol escaldante

Entonteça-me com sua luz inebriante

Mude meu norte em um simples instante.

Faça meus dias nublados ficarem esquecidos no passado

Você sabe que seu lugar é exatamente do meu lado

Onde quer que esteja, se não for comigo, está no lugar errado.

Ello
Enviado por Ello em 20/07/2014
Código do texto: T4888728
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