Do Primeiro Olhar ao Himeneu.
Sem razão nem por que, aconteceu,
Simplesmente ao ver-te, o amor nasceu.
Quando seu olhar cruzou com o meu,
O pertinaz coração pensou, em você e eu.
E na teimosia ele segue sem detença,
Apressado deixando de lado a sabença,
Como quem cumpre a sua parte na avença,
Avença sem o conhecer de outra querença.
Será que todo coração caído perde o siso?
E segue pela vida vivendo só de improviso?
Do olhar furtivo e do fugaz e escaço sorriso?
Igual a um Pierrot, que na cena passa inviso?
Tomara que não meu coração, tomara não,
Porque é tão bom sentir esta doce emoção,
Melhor será viver a intensa e mutua paixão,
Que une corações na eterna e térna efusão.
E se alguém perguntar como isto sucedeu,
A resposta será linda, juntos já no himeneu,
Começou sem razão nem por que, só rompeu,
A gêmula da flor da árvore do amor, dela e meu.
(Molivars)