Nossa Luz
Deito-me e o silêncio da noite se faz presente.
A escuridão é acalentada pelo luar distante e não me sinto tão só: tenho a Lua e as estrelas.
A névoa dançante de um incenso me hipnotiza
e meus olhos já fechados iniciam um devaneio...
O silêncio é preenchido por uma memória risonha, de um dia que rimos feito crianças; por um filme que havia trazido a impressão de ter sido visto pela sexta vez...
O breu da noite se cala diante toda a claridade da mais brilhante estrela que jamais minha visão havia se encantado...
A dança da fumaça lembra meu corpo abraçando o teu e o mundo todo indo pros ares...
Vejo que você mais uma vez em breve estará deitado aqui, comigo e a solidão se despedaça.
Não há espaço para ela aqui e jamais haverá, pois a borboleta preta ficou do lado de fora da janela e apenas a azul pousou no meu ombro.
Aquela estrela iluminada brilhará ainda mais forte hoje e amanhã mais forte duas vezes, pois ela está em expansão ainda e levará milênios para deixar de existir...
até lá nossa alma se unirá de tal maneira que fará surgir por si uma nova.
Somos a estrela um do outro. Somos a invenção de um amor jamais vivido. Somos você e eu num devaneio e numa fantasia utópicamente real...