ALCOVA ABERTA

ALCOVA ABERTA

BETO MACHADO

DESANUVIA, PAI, PODEROSO PAI,

OS OLHOS DE QUEM AMA TANTO A ELA

COMO EU QUE, À NOITE,

ESCANCARO PORTAS E JANELAS

PARA QUE ENTREM TODOS OS OLORES

QUE OS VENTOS DA MINHA LEMBRANÇA

TRAZEM DELA.

E MESMO QUE ESSA CHUVA INTERMITENTE

QUEIRA ME TESTAR,

LANÇANDO GOTAS

SOBRE A MINHA CAMA,

AINDA ASSIM,

PERMANECE ABERTA

A MINHA ALCOVA

E PRA MOSTRAR PRA CHUVA

QUE JÁ GABARITEI A PROVA,

PONHO MEUS PÉS,

DEPOIS DA ENXURRADA,

DO MEU QUINTAL NA LAMA

E ROGO AO CÉU

QUE TRAGA A MINHA AMADA

E REACENDA

DO NOSSO LOUCO AMOR

A VELHA CHAMA.

Roberto Candido Machado
Enviado por Roberto Candido Machado em 17/07/2014
Código do texto: T4885909
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