Manhã
Os sabiás se derramam
às copas dos cinamomos;
- o dia se orvalha em prece -
E esse meu coração,que já não me pertence,
desponta manso em outro peito...
Por entre as aberturas
dos gomos das nuvens,
beijam-me a face
alguns poucos raios de sol,
e antes mesmo
de desfolhar os pensamentos,
teu nome já valsa adocicado
no meneio dos meus cílios
Sobremaneira acarinhada
abro-me aos aromas,
às ternuras do tempo
e todas as chuvas de um olhar
que cinge-me o contorno da cintura...
- É tempo de não termos passos & sermos donos do infinito -