Camila
Os teus lábios, meu anjinho,
São quais pétalas de flores,
Onde sorvo com carinho
Meus perfumes dos amores.
Os teus olhos que surgindo
Ante o meu olhar sincero,
São crianças que estão rindo,
Pois bem sabem que te quero.
Tuas mãos - luvas branquinhas -
Que me tocam sempre e leve,
Deixo-as junto com as minhas...
São tão quentes, mas de neve.
Teu pescoço perfumado
Mais parece o meu jardim,
Onde bebo embriagado
As ardências do jasmim.
Os teus seios são dois montes
Dois delírios, duas luas.
Dos meus olhos são as fontes
Das delícias sempre nuas.
Tuas pernas tão valentes
Me guiando p'lo caminho,
São escudos tão presentes:
- Não! não mais estou sozinho!
E os teus pés? Meu Deus, que mimos!
São botinhas divinais
Que merecem lindos hinos
De cem marchas triunfais.
Tuas costas são tão lisas
Sempre quentes e cheirosas,
Evolando pulcras brisas
De uvas verdes e de rosas.
Tua voz - é o meu comando -
Que não ouso refutar;
Sigo assim, vou te escutando
Com mais força pr'a lutar.
A beleza do teu rosto
Nunca vi sequer igual,
Põe-me à vida um melhor gosto,
Afastando todo mal.
Na manhã - ao lado teu,
Mas de noite, assim também.
Faz teu corpo um templo meu
E, minh'alma diz - amém! -.
...............................
Tanto tempo que esperei
Nessa imensa dor e fila,
Que hoje e sempre te amarei,
Meu amor é teu, Camila.
São Paulo, 15/16 de Julho de 2014