AMANTES INVERNAIS
O fogo vai crepitando
lentamente na lareira.
Os abraços dos amantes
são varados de desejos;
e molhados de licor
o doce fulgor dos beijos.
Nunca o amor foi tão profano
nesses dias friorentos.
Nunca foi tanto o calor
nessa frieza dos ventos...
E o fogo vai crepitando
lentamente na lareira.
Então escorrega o casaco
sobre o tapete felpudo.
E no ápice do fulgor
a nudez é tudo, tudo...
(E o fogo vai crepitando...)
Dos amantes invernais
só estas chamas saberão...
(Estilo baseado no estilo do poema “ Canção para um dia de vento” de Mário Quintana)
(Imagem: google)