Sem titulo
Pego o taxi já é tão tarde
Olho através do vidro uma imagem totalmente vaga
A noite vem com velocidade e tudo em mim apaga
O som lá fora é um êxtase para os loucos
Penso em fumar e morrer ao mesmo tempo
Não sei se estou bêbado ou embriagado
A vontade de lembrar tua imagem funde meu cérebro
Tenho expectativas que mando para o Inferno
Para sempre essa viajem ao teu rumo me distancia mais
No taxi existe uma prostituta nua
Ela dorme com o seu baseado ao lado
Tenho vontade de gritar aqui nesta cidade
E percebo que é tarde demais pra bancar o louco depravado
Tenho problemas com o meu coração
Ele tem um câncer que mata minha alma
Vou pela a estrada deserta e meus olhos pesam
O caminho rumo a vida é uma louca encruzilhada de transeuntes mórbidos se esbarrando enquanto todos acreditam que se conhecem
Sinto o teu perfume mas estou fedendo de remorso
Sinto dores no estomago
E vontade de vomitar
Tento voar para um prédio bem alto que rasgue as dores de minha cabeça com vertigens
Meu orgulho me engole por completo
Tento fingir um desmaio para não chorar
A cidade onde minha mulher habita e repleta de carne perfumosa
O hálito da minha boca é insuportável
Tenho vergonha de minha falsa riqueza
Tento te amar mas tenho ódio de mim
Tento te odiar mas tenho vergonha dessa mentira
As vezes na vida dos homens só existem animais
As vezes na vida das mulheres somos os animais
Quem não te amaria bela menina
A prostituta pergunta no taxi se já morreu
Eu digo que a mesma pergunta eu sempre faço
Tenho ânsia de fumar mas tem uma mensagem de proibido
Vou dormir e pensar que ainda estou sonhando em ser menino
Bobeira minha quem já é homem vadiar é um desejo pouco vivido
Procuro uma posição confortável no banco
Não dá meu corpo não me obedece
Vou pular na primeira ponte
Não dá não tem ninguém que veja eu partindo para o nada
Olho bem no retrovisor do motorista e vejo nele tristeza
Tem medo de morrer por um assaltante
Tem medo de morrer por mim
Tem medo de morrer pelo sono que embriaga os tolos
A viagem fica turva num túnel criado por minha nevoa intima
Queria te beijar tanto
Queria te acariciar muito
Te sentir em cada detalhe profundo
Respirar o aroma que sai de tua pele branca
Brincar com teus cabelos que o vento leva
Te dizer as palavras certas
Não mentir pra ti
Ser teu enquanto o nosso amor à dois for vivenciado
Olhar-te e ficar mudo
Te puxar com ímpeto e tornar o teu sorriso verdadeiro
Te amar em todos os cantos
Não me envergonhar apenas em tudo me alegrar como palhaço dono do próprio circo
E sentir a tua maciez que derrete o meu coração orgulhoso
Andar de bobeira por todos os cantos e te amar
Andar de bobeira por todos os cantos na praia no teu mar
No calor do verão te beber
Na frio do inverno te vestir por completo
No outono te ler no sono te sonhar
Ser teu e nas palavras cada contorno tu desenhar minha caligrafia
E de bobeira na minha embriagues de ser um louco
Encostar o meu coração no teu rosto e juntos sermos um só par
Um batendo pelos nossos beijos
E o outro ritmando todos os nossos desejos
E como dois perdidos um na vida do outro
Encontrar o sentido da vida nos prazeres do coração
totalmente vivo sem dono e afastado da razão.