Ciência Inconsciente

Os opostos se atraem,

Em uma vã lei física,

aplicada à corações.

Os iguais se repelem,

em pólos, físicos, inumanos.

Na alma, os iguais repousam

Entre mares positivos e negativos,

Permanecem-se Neutros, amantes.

Na exatidão da ciência, não cabe

Explicação pro coração.

Pois em cada qual, coração,

As coisas só são assim, bem assim,

Porque sim, ou porque não.

Sem justificativa, sem razão

A ciência explica o físico,

o anatômico, explica o quimico,

tecnicamente explica tudo, mas

essencialmente nada.

Essencialmente, porquês são dispensáveis,

As dúvidas são na realidade afáveis,

discriminadas pelo medo de incertezas.

E medrosos, evitamos o incerto

o essencial, o instinto, imaterial.

Sejamos doutores, poetas, amores,

Sejamos humanos ou monstros,

Físicos, místicos, sejamos.

Apenas nós, por nós, e para nós.

Para nos amarrarmos assim,

no que realmente nos é válido,

E que nó sobre nó,

no fim formemos todos laços.