BRISA DO RIO

Uma breve respirada e lá estava sua presença angelical. De sentimentos imprecisos envoltos em propostas indecorosas. Me tirando a paz, me deixando perdida.

Brisa leve vinda de um rio de leito suave e encosta delicada. Fina flagrância dos perfumes das coisas simples. Tens cheiro de terra molhada, sol nascente, cheiro de pão quente e roupa no varal.

Por entre o vão que nos separa , há uma passagem secreta onde tudo é possível. Onde o medo não é viável e o juízo não é aconselhável.

Ainda que por breves respiros, o trago num lugar quentinho entre o coração e o cérebro. Onde ainda embasbacada tento me decidir entre o ir ou o amarelar.

Ainda que eu não seja mulher de amarelar, mas ruborizada tenho que admitir você mexe com minhas bases sólidas e superficialmente frias.

Assim meio sem jeito vou fugindo, meio fingindo, camuflando meu bem querer.

Sentindo sua breve brisa que vem lá do rio, arrepiando minha pele umedecendo meu coração.