Poema Fingido

Ando muito cansado

Imito o Atlas    antigo

O mundo no costado

Nem um ombro amigo

Para partilhar comigo

Do peso que eu carrego

Também eu não nego

Que olho o meu umbigo.

Enxergo só o meu nariz

Só penso no meu sossego

Que fazer se tenho o ego

E ele quem decide e diz

O caminho de ser feliz,

O caminho do conforto?

Mesmo que seja torto

Não desvio nem um triz.

Não ao ator, nem à atriz.

Atrás dos montes nasce o sol

No horizonte rola o arrebol

No jardim nasce a flor-de-liz.

Do nada nasce meu poema

Eu invento, disfarço e minto.

Digo, efetivamente, o que sinto.

Abuso de tretas para os temas.

Quem dirá que sou um fingidor?

Qual voz reverbera na parede futura?

Para todo mal sempre haverá cura

Desde que não se abata o tema... Amor   !

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 10/07/2014
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