*AMAR EM DEMASIA*
Ninguém é de ninguém dizia o outro
Num ímpeto de liberdade em igual
Mas, ambos choravam os dissabores
Da luta pelo amor em desigual
Amor quando se dá amor recebe
Na busca ferrenha do querer
O coração sucumbe, empobrece
Da ausência que ao outro faz sofrer
Matriz e filial não se coadunam
Os olhares faíscam em desprazer
A luta pelo amor vai fenecer
Uma, vira ateu para os queixumes
A outra espera tempo pra vencer
Os três aposentam o bem-querer
Amores, sofrimentos, risos, gozos...
Em dias tão difíceis, solidão...
Noutros momentos somos andrajosos,
Mendigos que procuram por perdão...
Os dias sempre assim, tempestuosos.
Maltratam um faminto coração
Que busca em mil amores belicosos
Caminhos bem distintos, solução.
Na dor da perda eterna sem ter sido,
Na dor de se saber somente resto.
Assim talvez, amor já não empresto.
E sinto-me, por isso enfim vencido
Da dor deste desejo que é fatal;
A vida se passando... eu... filial...
SOGUEIRA
Marcos Loures
Ninguém é de ninguém dizia o outro
Num ímpeto de liberdade em igual
Mas, ambos choravam os dissabores
Da luta pelo amor em desigual
Amor quando se dá amor recebe
Na busca ferrenha do querer
O coração sucumbe, empobrece
Da ausência que ao outro faz sofrer
Matriz e filial não se coadunam
Os olhares faíscam em desprazer
A luta pelo amor vai fenecer
Uma, vira ateu para os queixumes
A outra espera tempo pra vencer
Os três aposentam o bem-querer
Amores, sofrimentos, risos, gozos...
Em dias tão difíceis, solidão...
Noutros momentos somos andrajosos,
Mendigos que procuram por perdão...
Os dias sempre assim, tempestuosos.
Maltratam um faminto coração
Que busca em mil amores belicosos
Caminhos bem distintos, solução.
Na dor da perda eterna sem ter sido,
Na dor de se saber somente resto.
Assim talvez, amor já não empresto.
E sinto-me, por isso enfim vencido
Da dor deste desejo que é fatal;
A vida se passando... eu... filial...
SOGUEIRA
Marcos Loures