Meu céu
Volto meu olhar aos céus,
as muitas cores mostram,
única partida sem destino, sem chegada
e uma prece, a única que sei rezar.
Onde está meu céu?
Procuro o que seja meu em meio a tantos,
um realejo, e a sorte me faz cantar
nas notas, a melodia surgindo devagar.
Mais um acorde e a canção...
Escolho o sol no tom a tingir o que seria meu céu,
volto então meus olhos para o amor
no sorriso um breve adeus... E a dor!
Qual a cor do meu céu?
Terei eu um céu ou apenas o desenhei em sonhos?
Mostra-me, oh Deus, o sentido oposto
das lágrimas derramadas na negação que ouço.
Caio cansada, na queda a terra envolve meu corpo,
estará meu céu aqui na terra sob meus ossos?
Abro os olhos tentando enxergar a outra página
e nas linhas a mesma frase já sem tempo apagada.
Qual anjo, toca minha face que sem ver espera,
leva-me em suas asas, faça-me mulher nas nuances da aurora,
fala-me da vida, a mesma que perdi
e me olha da mesma forma que na ilusão lhe senti.
Volto meus olhos aos céus,
todos têm as cores do amor que vivi,
muitas lembranças e a saudade tamanha
envolvendo o corpo que no seu é feliz.
Onde estará meu céu?...
12/01/2007