Meu poema
Canto meu canto em altivo tom querendo alcançar o além,
seguindo pela trilha da luz que deixou enxugando o pranto,
vou além mar invadindo céus ou por onde minhas asas possam bater.
Sentindo na brisa o cheiro que exala da alma bendizendo o amor,
falo baixinho da paz que muitas vezes nosso mundo ensaiou
e quem sabe, até encontrar o olhar que tão terno minha vida acalantou.
Sigo meu caminho, às vezes só, outras nem tanto,
vou olhando as pegadas deixadas e que tanta calma me traz,
chego a confundir-me, tamanho encanto desse mundo tão seu,
confesso, tento segui-las sem perder-me dos passos tão meus.
Ah! Quem dera pudesse embalar-me nos encantos mais uma vez,
que do pranto seu canto tantas vezes me salvou
e assim desvencilhar-me dos nós que na ausência do "nós" se fez.
Soltar meus verbos, desconexos, livres das rimas onde muito peco,
reler os versos ainda não criados e recriá-los no sonho que não tivemos,
voltar às origens e ser a luz que sua boca sábia tanto proclamou
anunciando a cura, as dores, como bálsamo em seu amor nos agregou.
Pausada no centro, vejo o tempo levando consigo os amores tão meus,
parte lépido na força de um vento, nada espera e nem pergunta quem quer,
vai deixando atrás de si poeiras vivas das recordações de tudo que vivi
e estas tomam forma nas imagens dos sentimentos que tão forte senti.
... E assim, eu canto
e num canto de altivo tom vou tentando alcançar o além,
além mar invadindo céus ou por onde suas asas possam bater
e quem sabe um dia, consiga seguir pela trilha da luz que deixou,
e enxugar o pranto, bendizendo o amor que sua vida a minha abençoou.
17/02/2007