guardam saudades de ontens
e esperanças de amanhãs...
Pudesse eu reter nos dedos
as claridades dos teus olhos
com a mesma aderência
e infinitude com que me irradias
... Ahhh...
Pudesse eu todas as manhãs
te banhar das mesmas chuvas
e te caiar nos lábios
os beijos com que me despias...
Porque as noites esperam
o toque do teu corpo de veludo
irromper o alvorecer das magnólias
e perpetuar na memória das pétalasas salsugens dos orvalhos aquecidos
Existirá tal noite de lumes
a nos enfunar os olhos de estrelas...?
a nos enfunar os olhos de estrelas...?
... ainda me doem as sedas
por sobre o desejo latente
... ainda me inquietam as águas
que pulsam em beijos ardentes
que pulsam em beijos ardentes
... ainda me corroem as palavras
que silenciam por trás das janelas...
Denise Matos