Trago nos nervos do poema
a curva sinuosa da tua boca de sonho,
escrita na minha-tua derme,
riscada a fogo e loucura...
Trago como leito embebido
em bagos enfunados de doçura
onde desejava me aninhar,
mas já é manhã,
e à flor da pele alvorecida
me pego procurando-te em mim,
e percebo,
que a alma já não tem mais pouso;
que já não sou senão sonho
que não dorme,
por querer adormecer em ti...
Denise Matos