FÊMEA SAGRADA

Sabe, o deleite de ter nas mãos a carne tua,

o festejo do sentir-te inteira e livre, égua

alada de um amor libertino quanto

é místico umedecer-te a rosa com espanto

revela por baixo da longa cabeleira do fantasma

o amante que na busca tua espasma

o sexo em holocausto, pois como permanecer

sem você depois de descoberta, se viver-te o quê

plena e lúcida é possuí-la além das regras

e se disparo o carro nas ruas

que sopram-me na face as labaredas cruas

que o teu eco de mulher imprime nas esfregas

da carne aflita pelo nome chamado, é que trêmulo

de um desejo apenas satisfeito em ti, ouço

vozes de outras vidas aberto o calabouço

da Verdade, e descubro na solidão que bulo

com o destino anunciado quanto mais longe do teu lado

pois muito mais além de macho e fêmea somos um do outro

amantes unos sempreternos no que é fadado

ao homem pela escolhida ser ao mundo aberto, que o douro

na pele é recompensa de um sol que reconhece

a qualidade de um amor feito de prece

e cavaleiro de uma estrada sem mistério ao seguir da máquina

acelero-te no colo com fé na Fêmea sagrada só doma! de tão traquina