Novelo de Carícias

Quiçá pelo final de tarde,

Ou então no meio da noite,

Quando tudo se mostra

À luz fraca, assim colonial,

Como um novelo de carícias!

Em cada canto do sabiá

Um encanto dos lábios

Envolto em cereja!

Sob o leito a sombra bela

Presente do lampião sobre o balcão,

D’onde também as flores doam-se

Em perfume, em cultos ao olhar!

Lá fora, a chuva e o vento

Entregando-se em espetáculos

Naturais como o abraço, como o afago,

Feito verso deitando-se sobre a folha

Por ora ainda sem pautas...

A tela é de um teor romancista!

Em cada lampejo do silêncio

Uma gota de cristal, cristalina,

Em vil poesia, sentimento!

27/06/2014

Porto Alegre - RS