enlevando aquele morno alvorecer
... e meus sentidos ainda exalavam madrugada...
sonhando olhos entrelaçados e palavras sufocadas em beijos
Chegara com a alma aflorada de saudade,
com as mãos caidadas de vontades
... Homem habitado de desejos...
Sabia que ali encontraria um ninho a sua espera,
desceu pois enevoado,
com luas nos olhos e dedos em asas...Talhava-lhe afogar-me em seus braços,
em seus lábios... entre seus dentes !
... E a fome lhe escorria por sobre a lâmina ardente,
enquanto toda a minha escuridão estalava em brasa !
Ahhh... Convertia-se em minha pele
sublimando os precipícios da febre
pra dolorosamente de novo me despir...
... E a fome lhe escorria por sobre a lâmina ardente,
enquanto toda a minha escuridão estalava em brasa !
Ahhh... Convertia-se em minha pele
sublimando os precipícios da febre
pra dolorosamente de novo me despir...
- E agora que te recebo tempestade em mim,
deixes que à margem do corpo arda o fogo dos néctares ! Tomas-me amor...
mais uma vez... e outra... e outra ! ! !
Que meu sangue te seja doce sinfonia !
Que te sejam vida o meu dorso e os morangos de meus lábios,
posto que de nada adianta o fado da existência
sem que seja querência habitada pelo teu sonho !
Que te sejam vida o meu dorso e os morangos de meus lábios,
posto que de nada adianta o fado da existência
sem que seja querência habitada pelo teu sonho !
Detendo um sorriso embriagador nos lábios,
apenas impeliu-me num lascivo sussurro:
- ... Respiras-me...
Com a alma macia e os olhos em pétalas,
espargi-me naqueles acordes
e novamente deslizei líquida para dentro da noite...
espargi-me naqueles acordes
e novamente deslizei líquida para dentro da noite...
A noite dos teus quereres sempre me será cálice de vida e morte.
Denise Matos