Onde estará aquele anjo que passou por aqui?
Que trouxe estrelas coloridas para eu sorrir?
Que disse coisas que eu sempre quis ouvir?
Voou e se encontra num lugar distante...
Lá deve haver outros anjos que eu nunca vi...
Outras palavras e estrelas que eu jamais conheci!
Saudades da hora em que te imortalizei em alma e coração!
Um momento tão lindo que se converteu numa canção...
Hoje o meu silêncio é uma oração:
Espero-te na porta do sol
Tento te escutar no canto sublime do rouxinol
Tento te encontrar no insigne alaranjado do arrebol
Espero-te na maciez do tapete do mar
Na brisa que parece que quer me beijar
Na doçura de uma onda que vem me acariciar
Espero-te no cair da noite
No prateado deslumbrante deste luar
Nas estrelas que encantam o meu olhar
Espero-te na frieza da face de uma estátua
Quem sabe o teu sorriso vai surgir...
Quem sabe ela possa me sorrir!
Espero-te no meio do meu jardim
No cheiro exclusivo da flor do jasmim
No eclodir duma primavera que não tem fim
Espero-te ao me olhar no espelho
Quem sabe incluso nos meus olhos tristes assim...
Quem sabe o reflexo te dirá o que existe em mim
Espero-te na tristeza da minha canção
Quem sabe derrame ternura sobre este coração
Quem sabe o amor preencha este ciclo de solidão
Espero-te nas nuvens inconstantes do céu
Quem sabe elas desenhem algo que mate a minha saudade
Seu rosto que desapareceu nas entranhas da eternidade
Espero-te num dia de chuva
Quem sabe os pingos lavem de mim esta espera
Quem sabe assim eu faça renascer outra vez a nossa primavera
Espero-te nas folhas de um livro
Procuro o teu olhar em cada trecho contado
Na história mais bela de um poeta apaixonado
Janete Sales Dany
Poesia Registrada Na Biblioteca Nacional