Fim Da Noite Fria (Poema Sem Rimas)

Já é tarde.

Repousa em águas macias

O astro-rei.

Sobe a lua debutante

Em primícias nupciais.

Um cortejo de estrelas

Cintilam no céu celestial.

Aves dormitam nos galhos.

Os seres noturnos despertados estão.

Aqui e acolá um ulular de pássaros

O calor eclode alguns ovinhos

Onde pululam nocivos e notívagos insetos.

Atrás de uma moita um casal

De mamíferos copulam ferozmente.

Sementes caem nas águas do riacho

Alguns peixes roçam a superfície

Na espera do alimento nutritivo.

Mais ao fundo da floresta:

O vento zombeteiro passa entre eucaliptos

E uma canção sinistra toca por toda a madrugada.

O silêncio da noite é quebrado pela fala dos grilos,

Pelo coxear de sapos que buscam namoradas

Nas margens iluminadas pelos pirilampos.

A mudez das coisas se rompe com o quebrar

De pequenos gravetos causado pelas patas

De uma jaguatirica que busca o que comer

Para suas crias recém-nascidas.

Ali uma serpente desliza entra a folhagem ferrugem.

Uma nuvem cobre a lua que reina no centro do céu.

Lá longe uma rola arrulha uma canção de amor.

Mais longe uma cachoeira abala toda a várzea.

A noite escura com todos os seus encantos.

Na madrugada fria uma brisa quase sorri

Quando beija as pedras porosas das montanhas.

Lentamente vão se apagando as estrelas uma a uma.

No nascente alguns tons rubros teimam em aparecer.

A Aurora com seus dedos rosas descortina o novo dia

Que sempre há de nascer.

Poema sem rimas:

Fim da noite fria.

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 24/06/2014
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