Domingo

O domingo avança em paz

Silêncio profundo no cais

O barco já não parte mais

A âncora, no fundo jaz.

Os mapas, no canto abandonados

Os corpos, dos amantes apaixonados

Suados e reciprocamente tatuados

Ao longo do colchão seguem embolados.

As roupas, amassadas, em algum lugar do chão

O ritmo suave e saciado de um só coração

No ar o cheiro agridoce da volúpia da paixão

Prelúdio de um verso, poema ou canção.

No fundo, o sol se desmancha no mar

As estrelas chegam curiosas para espiar

A lua, dona da noite vem os abençoar

Enlaçados, no breve intervalo de Amar.

Logo estarão prontos para um novo ciclo, como as luas

Vivenciarão mil desejos e loucuras, todas suas

Enquanto o vento sussurrará suas proezas pelas ruas

Despirão suas fantasias e verdades, agora tão nuas.

Ello
Enviado por Ello em 23/06/2014
Código do texto: T4855051
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