Abra seu Vinho

Dentre os dedos da mão, a pena,

Entre um gole de vinho e outro

Um verso ora calado na lágrima,

No intuito da poesia, na utopia da luz,

Fraca como quem aliança segredos!

Na casa sobre a colina

O som da aldrava ecoa,

Pois é tal o silêncio, ouve-se o toc, toc...

Entretanto dizem as palavras

Ali, mora um poeta, dizem ainda

Seus versos falam em toda forma de amar,

Navegar pelo infinito d’onde a vida é a vida,

O gosto de mar pela face, pelos lábios,

Entre as dunas desnudas, nuas em anversos,

Aliás, tudo é esperança!

Pelo retrato da tela,

Cores vivas, vibrantes, sonhos

De uma noite de inverno à lareira,

Quando o cálice se doa,

Ora confesso, ora inconfesso,

Traços de uma solidão poética, se vão!

Quando as pedras surgirem,

Faça como rios, os grandes mares,

Contorne e abra seu vinho!

22/06/2014

Porto Alegre - RS